sábado, 20 de setembro de 2025


Exaustos-e-correndo-e-dopados, por Eliane Brum


Na sociedade do desempenho, conseguimos a façanha de abrigar o senhor e o escravo no mesmo corpo

Nos achamos tão livres como donos de tablets e celulares, vamos a qualquer lugar na internet, lutamos pelas causas mesmo de países do outro lado do planeta, participamos de protestos globais e mal percebemos que criamos uma pós-submissão. Ou um tipo mais perigoso e insidioso de submissão. Temos nos esforçado livremente e com grande afinco para alcançar a meta de trabalhar 24X7. Vinte e quatro horas por sete dias da semana. Nenhum capitalista havia sonhado tanto. O chefe nos alcança em qualquer lugar, a qualquer hora. O expediente nunca mais acaba. Já não há espaço de trabalho e espaço de lazer, não há nem mesmo casa. Tudo se confunde. A internet foi usada para borrar as fronteiras também do mundo interno, que agora é um fora. Estamos sempre, de algum modo, trabalhando, fazendo networking, debatendo (ou brigando), intervindo, tentando não perder nada, principalmente a notícia ordinária. Consumimo-nos animadamente, ao ritmo de emoticons. E, assim, perdemos só a alma. E alcançamos uma façanha inédita: ser senhor e escravo ao mesmo tempo.

Como na época da aceleração os anos já não começam nem terminam, apenas se emendam, tanto quanto os meses e como os dias, a metade de 2016 chegou quando parecia que ainda era março. Estamos exaustos e correndo. Exaustos e correndo. Exaustos e correndo. E a má notícia é que continuaremos exaustos e correndo, porque exaustos-e-correndo virou a condição humana dessa época. E já percebemos que essa condição humana um corpo humano não aguenta. O corpo então virou um atrapalho, um apêndice incômodo, um não-dá-conta que adoece, fica ansioso, deprime, entra em pânico. E assim dopamos esse corpo falho que se contorce ao ser submetido a uma velocidade não humana. Viramos exaustos-e-correndo-e-dopados. Porque só dopados para continuar exaustos-e-correndo. Pelo menos até conseguirmos nos livrar desse corpo que se tornou uma barreira. O problema é que o corpo não é um outro, o corpo é o que chamamos de eu. O corpo não é limite, mas a própria condição. O corpo é.

Os cliques da internet tornaram-se os remos das antigas galés. Remem remem remem. Cliquem cliquem cliquem para não ficar para trás e morrer. Mas o presente, nessa velocidade, é um pretérito contínuo. Se a internet parece ter encolhido o mundo, e milhares de quilômetros podem ser reduzidos a um clique, como diz o clichê e alguns anúncios publicitários, nosso mundo interno ficou a oceanos de nós. Conectados ao planeta inteiro, estamos desconectados do eu e também do outro. Incapazes da alteridade, o outro se tornou alguém a ser destruído, bloqueado ou mesmo deletado. Falamos muito, mas sozinhos. Escassas são as conversas, a rede tornou-se em parte um interminável discurso autorreferente, um delírio narcisista. E narciso é um eu sem eu. Porque para existir eu é preciso o outro.

Há tanta informação disponível, mas talvez estejamos nos imbecilizando. Porque nos falta contemplação, nos falta o vazio que impele à criação, nos falta silêncios. Nos falta até o tédio. Sem experiência não há conhecimento. E talvez uma parcela do ativismo seja uma ilusão de ativismo, porque sem o outro. Talvez parte do que acreditamos ser ativismo seja, ao contrário, passividade. Um novo tipo de passividade, cheia de gritos, de certezas e de pontos de exclamação. Os espasmos tornaram-se a rotina e, ao se viver aos espasmos, um espasmo anula o outro espasmo que anula o outro espasmo. Quando tudo é grito não há mais grito. Quando tudo é urgência nada é urgência.Ao final do dia que não acaba resta a ilusão de ter lutado todas as lutas, intervindo em todos os processos, protestado contra todas as injustiças. Os espasmos esgotam, exaurem, consomem. Mas não movem. Apaziguam, mas não movem. Entorpecem, mas será que movem?

Sobre esse tema há um pequeno livro, precioso, chamado sugestivamente deSociedade do Cansaço (Editora Vozes). Seu autor é o filósofo Byung-Chul Han, um coreano radicado na Alemanha que se tornou professor universitário de filosofia e estudos culturais em Berlim. Neste livro, Han faz um diálogo crítico com pensadores como Alain Ehrenberg, Giorgio Agamben, Michel Foucault, Hanna Arendt, Walter Benjamin e Friedrich Nietzsche, entre outros. Já meu diálogo com ele é por minha própria conta e risco.

Sobre nossa nova condição, Han diz:

“A sociedade do trabalho e a sociedade do desempenho não são sociedades livres. Elas geram novas coerções. A dialética do senhor e escravo está, não em última instância, para aquela sociedade na qual cada um é livre e que seria capaz também de ter tempo livre para o lazer. Leva, ao contrário, a uma sociedade do trabalho, na qual o próprio senhor se transformou num escravo do trabalho. Nessa sociedade coercitiva, cada um carrega consigo seu campo de trabalho. A especificidade desse campo de trabalho é que somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia, vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração é possível mesmo sem senhorio”.

Chegamos a isso: a exploração mesmo sem patrão, já que o introjetamos. Quem é o pior senhor se não aquele que mora dentro de nós? Em nome de palavras falsamente emancipatórias, como empreendedorismo, ou de eufemismos perversos como “flexibilização”, cresce o número de “autônomos”, os tais PJs (Pessoas Jurídicas), livres apenas para se matar de trabalhar. Os autônomos são autômatos, programados para chicotear a si mesmos. E mesmo os empregados se “autonomizam” porque a jornada de trabalho já não acaba. Todos trabalhadores culpados porque não conseguem produzir ainda mais, numa autoimagem partida, na qual supõem que seu desempenho só é limitado porque o corpo é um inconveniente.

Para este filósofo, a sociedade do século 21 não é mais disciplinar, como na construção de Foucault (1926-1984). Mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos de obediência”, mas “sujeitos de desempenho e de produção”. São empresários de si mesmos.

Se a sociedade disciplinar era uma sociedade de negatividade, a desregulamentação crescente vai abolindo-a. A afirmação Yes, we can, segundo Han, expressa o caráter de positividade da sociedade de desempenho. No lugar de “proibição”, “mandamento” ou “lei”, entram “projeto”, “iniciativa” e “motivação”. Assim, não é um acaso que a depressão é a doença dessa época. A sociedade disciplinar é dominada pelo “não”. Sua negatividade gera loucos e delinquentes. A sociedade do desempenho, para a qual teríamos “evoluído”, ao contrário, produz depressivos e fracassados. A sociedade de desempenho, nas palavras de Han, produz infartos psíquicos.

O depressivo seria o animal laborans que explora a si mesmo. É agressor e vítima ao mesmo tempo. A depressão irromperia no momento em que o sujeito de desempenho não pode mais poder. Afinal, se tudo é possível, como eu não posso? O imperativo do tudo é possível é, paradoxalmente, aniquilador. Porque, obviamente, tudo não é possível. Nada mais limitante do que acreditar não ter limites. E viver como se poder poder dependesse apenas da (livre) iniciativa de cada um. E não poder poder, ter limites, portanto, fosse um fracasso pessoal.

Han sugere que a depressão é um cansaço de fazer e de poder. Só uma sociedade que acredita que tudo é possível é capaz de engendrar a lamúria depressiva de que nada é possível. “Não mais poder poder leva a uma autoacusação destrutiva e a uma autoagressão”, diz o filósofo. “O sujeito de desempenho encontra-se em guerra consigo mesmo. O depressivo é o inválido dessa guerra internalizada.”

A depressão, portanto, seria o adoecimento de uma sociedade que sofre sob o excesso de positividade. “O sujeito de desempenho está submisso apenas a si mesmo. É nisso que ele se distingue do sujeito de obediência. A queda da instância dominadora não leva à liberdade. Ao contrário, faz com que liberdade e coação coincidam. Assim, o sujeito de desempenho se entrega à livre coerção de maximizar o desempenho. O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração. Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos.”

E, assim, estamos cada mais livres para trabalhar 24X7 – ou atuar 24X7. Alcançamos a paradoxal liberdade de sermos escravos. Como o corpo se rebela, manifestando-se em depressões, insônias, crises de ansiedade e de pânico, dopa-se o corpo. Mas o corpo não é uma outra coisa, não é sequer a casa da alma. O corpo é. Assim, ao mesmo tempo que denunciamos a opressão, a calamos. Como a relação senhor-escravo não pode ser questionada, menos ainda se ambos ocupam a mesma pessoa, o doping cumpre a função de censurar os protestos do mundo interior – ou dos escombros que restam dele. Cumpre, no nível interno, o papel das bombas de gás e das balas de borracha da PM nas manifestações de rua contra o status quo. Mas, aqui, é o mesmo indivíduo, o que reprime, censura e silencia, e o que é reprimido, censurado e silenciado.

Ser multitarefa, uma outra dimensão do mesmo fenômeno, é visto como uma capacidade neste momento histórico, uma espécie de ganho evolutivo que tornaria a pessoa mais bem adaptada à sua época. É pergunta de questionários, qualidade apresentada por pessoas vendendo a si mesmas, exigência apontada pelos gurus do sucesso. Logo se tornará altamente subversivo, desorganizador, alguém ter a ousadia de afirmar: “Não, eu não sou multitarefa. Me dedico a uma coisa de cada vez”.

Han, assim como outros filósofos contemporâneos, discorda dessa ideia – ou dessa propaganda. Ou, ainda, dessa armadilha. Para ele, a técnica temporal e de atenção multitarefa não representa nenhum progresso civilizatório. Trata-se, sim, de um retrocesso. O excesso de positividade se manifesta também como excesso de estímulos, informações e impulsos. Modifica radicalmente a estrutura e a economia da atenção. Com isso, fragmenta e destrói a atenção. A técnica da multitarefa não é uma conquista civilizatória atingida pelo humano deste tempo histórico. Ao contrário, está amplamente disseminada entre os animais em estado selvagem:

“Um animal ocupado no exercício da mastigação da sua comida tem de ocupar-se, ao mesmo tempo, também com outras atividades. Deve cuidar para que, ao comer, ele próprio não acabe comido. Ao mesmo tempo ele tem que vigiar sua prole e manter o olho em seu/sua parceiro/a. Na vida selvagem, o animal está obrigado a dividir sua atenção em diversas atividades. Por isso, não é capaz de aprofundamento contemplativo – nem no comer nem no copular. O animal não pode mergulhar contemplativamente no que tem diante de si, pois tem de elaborar, ao mesmo tempo, o que tem atrás de si”.

A contemplação é civilizatória. E o tédio é criativo. Mas ambos foram eliminados pelo preenchimento ininterrupto do tempo humano por tarefas e estímulos simultâneos. Você executa uma tarefa e atende ao celular, responde a um WhatsApp enquanto cozinha, come assistindo à Netflix e xingando alguém no Facebook, pergunta como foi a escola do filho checando o Twitter, dirige o carro postando uma foto no Instagram, faz um trabalho enquanto manda um email sobre outro e assim por diante. Duas, três… várias tarefas ao mesmo tempo. Como se isso fosse um ganho – e não uma perda monumental, uma involução.

Voltamos ao modo selvagem. Nietzsche (1844-1900), ainda na sua época, já chamava a atenção para o fato de que a vida humana finda numa hiperatividade mortal se dela for expulso todo elemento contemplativo: “Por falta de repouso, nossa civilização caminha para uma nova barbárie”.

Frente à vida desnuda, aponta Han, reagimos com hiperatividade, com a histeria do trabalho e da produção. A agudização hiperativa da atividade faz com que essa se converta numa hiperpassividade. Aderimos a todo e qualquer impulso e estímulo. Em vez da liberdade, novas coerções. Só por meio da negatividade do parar interiormente, o sujeito de ação pode dimensionar todo o espaço da contingência que escapa a uma mera atividade. Vivemos, diz ele, num mundo muito pobre de interrupções, pobre de entremeios e tempos intermédios.

Assim, o que parece movimento pode ser apenas adesão e paralisia. O ativo, ou o hiperativo, talvez seja de fato um hiperpassivo. Se há um tempo só, o do acontecimento, ou se tudo é acontecimento, nada de fato acontece. Em parte, explica a sensação de que tudo é efêmero, de que o espasmo de um segundo atrás, que produziu gritos e fúrias, tornou-se distante, substituído por outro que também produz gritos e fúrias, e que um segundo adiante já não será. E logo não se sabe exatamente pelo que se grita e pelo que se enfurece, mas o imperativo é seguir gritando e se enfurecendo.

Nessa atualidade histérica, a irritação substitui a ira. Voltando às palavras de Han: “A ira é uma capacidade que está em condições de interromper um estado, e fazer com que se inicie um novo estado. Hoje, cada vez mais, ela cede lugar à irritação ou ao enervar-se, que não podem produzir nenhuma mudança decisiva”.

A positividade dessa época tem, no meu modo de ver, um desdobramento nessa crise tão particular do Brasil. Temos sido instados a ser “otimistas” ou a escolher este ou aquele lado “para recuperar o otimismo”. Como se a questão se desse em torno do otimismo/pessimismo, ou como se o otimismo fosse uma qualidade moral. Essa positividade também me parece aqui ganhar uma relação com a esperança, como já escrevi neste espaço. Como se o esperançoso tivesse uma qualidade moral a mais, o que o colocaria um ou vários patamares acima de todos os outros. E como se esse momento fosse uma questão de esperança ou de resgate da esperança, para além das manipulações marqueteiras mais óbvias. Pouco importa o otimismo/pessimismo, pouco importa a esperança. O buraco é muito mais fundo.

Há que se escutar o mal-estar – e não calá-lo. Vivê-lo num processo de interrogação, vivê-lo como movimento. Carregar os limites, sem confundir ter limites com estar paralisado. Não há potência total, não há tudo é possível, não há Yes, we can. Não ter potência total não é o mesmo que ser impotente. A ilusão da potência total é que acaba levando à impotência. Há potência em dizer não – e há potência em não fazer. Como Bartleby, o personagem de Herman Melville intuiu, “prefiro não fazer” pode ser um ato de resistência e de reconexão com a própria humanidade.

Em mais um paralelo com as crises do Brasil atual, chama a atenção a necessidade de respostas imediatas, de explicações instantâneas, de certezas. Em alguns momentos mais agudos, uma parcela da própria imprensa parece ter se esquecido de fazer perguntas. A exigência de respostas imediatas, respostas que não passem pela investigação e pela interrogação, leva à resposta nenhuma. Porque não há pergunta. Porque o pensamento está ausente, foi substituído pelo reflexo e pelo imperativo de preencher o vazio com palavras. Não há mérito na velocidade, nadas imediatos continuam sendo nadas. Ou coisa pior.

Como aponta Han, apesar de todo o seu desempenho, o computador é burro, na medida em que lhe falta a capacidade para hesitar. Se o computador conta de maneira mais rápida que o cérebro humano e acolhe uma imensidão de dados é também porque está livre de toda e qualquer alteridade. É, por excelência, uma máquina positiva. Tornar essa positividade uma qualidade a ser imitada é uma estupidez a qual temos aderido.

Há anos ouvimos tantos repetindo por aí: “Estou cansad@”. O cansaço, diz Han, é mais do menos eu. Mas a tragédia é que “o menos no eu se expressa como um mais para o mundo”. E, assim, a sociedade do cansaço, enquanto uma sociedade ativa, desdobra-se lentamente numa sociedade do doping. E leva a um “infarto da alma”.

Senhor e escravo ao mesmo tempo, temos uma chance enquanto houver também um rebelde. Escutá-lo é preciso. Anestesiá-lo não é.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

 

Nossa sociedade precisa de grandes mudanças de  perspectivas, mentalidades, modos, estruturas, formas de vida e jeito de ser para sanar as desarmonias sociais e individuais crescentes no mundo. 

Vejo que em grande parte, muitas vezes, atuamos apenas nos sintomas(anestesiando) e não nas causas(mudança), mantendo o mesmo padrão apenas com novas roupagens. Ou também apelando a moralismos que nada ajudam, e são apenas guerras de interesses disfarçadas, duelos de egos.

Olhando para o minimalismo das coisas, enquanto estivermos na "correria" nada feito, nada mudará, continuará tudo do mesmo jeito, vc continuará atropelando ou sendo atropelado no dia a dia, não tendo nenhuma clareza no modo de ver as coisas, com a correria entorpecendo a mente.

 Precisamos equilibrar o excesso de individualismo reavivando o olhar sobre o outro a nossa frente, precisamos equilibrar o excesso de competição com o voltar a compartilhar mais, precisamos equilibrar a produção com a capacidade de celebrar a vida, precisamos equilibrar a performance com o prazer naquilo que estamos fazendo, precisamos equilibrar o parecer com o ser mais, precisamos que nosso lucro tenha qualidade e não se torne desperdício, que desperdiça a vida e cria pessoas vazias que não conseguem sentir mais nada.

 Precisamos equilibrar a mentalidade de que algo nos falta, para a mentalidade da plenitude, satisfação, alegria que já existe, que já somos aqui agora nesse momento. E quando as pessoas começarem a efetivamente colocar essa mentalidade como condição de vida, até as grandes corporações terão que se adaptar a esse novo ser humano, e terão que mudar também para se manterem vivos.

 Parece utopia, sonho distante? Já pensou que isso pode fazer parte da luta pela sobrevivência hoje em dia? 

Retome sua vida criativa, caminhe nessa direção e veja o tanto de vida que irá sentir o seu ser. Acredite na sua capacidade de mudanças, adaptações que muitas vezes nem passava pela sua cabeça ou  imaginava que conseguiria, mas acredite é preciso mudar várias estruturas de vida 😉 

Tiago Bindewald

Prof. Yoga / Bioterapeuta / Mestre Reiki

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Aquilo que você não sabe, você não sabe que você não sabe....

    

    Sabe aquilo que você sabe hoje, que se você soubesse antes, teria te poupado de muitos problemas e  sofrimento?                                    

     Então, é disse que o autoconhecimento trata, no padrão mental que você se encontra hoje, tem muitas coisas que você não consegue enxergar e compreender em si mesmo, todos nós temos. E que bom, pois aí está a chance da gente evoluir. No autoconhecimento, partimos desse pré suposto, e encaramos isso da melhor forma, isso não afeta a nossa autoestima, pelo contrário, a fortalece, pois tira de nós a barra, o peso da pressão de sermos perfeitos. E abre o campo das possibilidades de crescermos e podermos ser mais e melhor do que vivemos hoje.               

     Seguindo esse ponto de vista, observamos e concluímos que toda pessoa deveria se abrir a ter uma prática de autoconhecimento em sua vida, seja meditação, yoga, terapia, psicoterapia... E não se engane, coisas que nos fazem bem, como contato com a natureza, esporte, um hobie, não chega a ser um autoconhecimento completo, sempre vão ter mais camadas para se trabalhar, e a raízes da negatividade, da infelicidade, continuarão ali a espreita, influenciando nossas vidas, contaminando nossas atividades e relações no mundo, e não vai demorar muito para na hora de colocar a cabeça no travesseiro, termos esse encontro com nossas frustrações e angústias.                            

     Então o convite desse texto é para que você se abra, se permita buscar uma prática verdadeira de autoconhecimento, e trabalhar questões em seu ser, que hoje você não teria nenhuma possibilidade de ser dar conta, pois para isso, precisamos de uma prática, uma técnica, uma vivência que mude nosso padrão mental e nos ajude a enxergar as coisas sobre novos pontos de vista e alcançar uma compreensão que antes não tínhamos. No yoga chamamos isso de viveka, é como uma luz de discernimento, de compreensão, de sabedoria, um insight que surge em nossa mente, e nos liberta de algo que nos fazia sofrer.



                               Tiago Bindewald

     Prof. de Yoga / Bioterapeuta / Mestre Reiki

sexta-feira, 19 de julho de 2024

 


A  dicotomia do ser, divisão do todo em duas partes, corpo e a alma, emoção e razão, matéria e espirito, é causa de sofrimento e vazio existencial para o ser humano. 

Yoga é unir, integrar, em primeiro lugar,  o que está partido em nosso ser. 

A melhor forma de integrar é a aceitação, lutar contra é pior, só vai trazer mais separação, nem sempre  é fácil, diante de um mundo que se apresenta muitas vezes antinatural, cartesiano e quadrado. 

Na aceitação ocorre o milagre, que descomplica, dissolve e harmoniza as questões. Shiva é assim, integra em seu ser uma amplitude e gama de perspectivas, muitas vezes opostas, em sua diversidade, desconstrói para reconstruir, transformar, transmutar, simplificar e harmonizar.

A brincadeira de Deus é que ele colocou a felicidade no lugar mais difícil de encontrar, dentro de cada ser. Preferimos fugir e projetar para fora e de tão perto que está,  quase nunca encontramos. 

Vale a pena nos perguntar do que estamos fugindo dentro de nós? 

Nada no externo vai satisfazer nosso vazio além de nós mesmos, e o contato do ser consigo, com sua fonte interna que o preenche. A partir dessa conexão estamos em condições de relacionar com o externo  e as outras pessoas,  assim deixamos de ser um copo vazio e nos tornamos um copo cheio, para compartilhar, trocar e conviver. Sabendo que é preciso buscar sempre a conexão profunda consigo para preencher esse vazio e não colocar essa expectativa em qualquer lugar, condição, realização externa que não dará conta disso. Por melhor que seja a condição externa o vazio sempre reaparece, é o contato consigo que preenche, com aquilo que podemos chamar de força, energia, prana, paz, liberdade, Deus, Amor. 


 



Sugestões de atitudes internas que você pode experimentar,

despertar e desenvolver no surya namaskar:

 

Samasthiti – Integração, Consciência, sabedoria

Talásana – Expansão, elevação, liberdade

Ulthanasána – Entrega, soltura, desapego

Ardha-ulthanásana – paciência, observação

Corredor – equilíbrio, equanimidade

Prancha – força, foco, concentração

Chaturanga – entrega, coragem

Ashtanga namaskar – promeira parte leve descanso, segunda parte preparo para o salto do

Urdhvamukha svanasána – abertura, alegria, amorozidade

Adhomukhasavanasána –compreensão, compaixão

Uthanásana – entrega, leveza, limpeza interna

Talásna – expansão, elevação, liberdade

Samasthiti – integração, consciência, sabedoria.


terça-feira, 12 de março de 2024


 

                      Como e porque os florais podem prevenir doenças e criar saúde:

A terapia floral ajuda a pessoa a reconhecer suas emoções e pensamentos contraproducentes que possam estar prejudicando seu desenvolvimento pessoal, sua saúde e sua vida.

Traz uma compreensão mais ampla e melhor da situação presente, ajudando o indivíduo a perceber o sentido de seu sofrimento, a causa de seus sintomas e os caminhos que deve escolher ou evitar, para reconquistar a saúde e o bem estar.

Ensina-nos a reconhecer que as doenças físicas e psíquicas não se instalam por acaso, mas nascem de nossos conflitos internos.

Ameniza nossas dores, tristezas e angústias, na medida em que nos ensina a tirar proveito das experiências e auxilia-nos a encontrar nossa verdade.

Convida-nos a identificar a verdadeira causa de nossos males, e compreender que a doença expressa e sinaliza a incompatibilidade entre os reais objetivos e propostas da alma e ações que nos desviam desse caminho.

Ajuda o indivíduo a erradicar o estado mental negativo causador do sofrimento,  desabrochando nele sua virtude oposta.

Ensina o ser humano a compreender os princípios que regem o Universo e respeitá-lo,  como parte integrante do cosmos, afim de obter a tão almejada paz na terra.

Privilegia a dimensão espiritual  do ser humano. Essa dimensão, aliada ao instinto e ao intelecto faz parte das emoções da consciência humana, capaz de perceber e comandar o próprio corpo, já que está ligada a ele por um complexo circuito de emoções.        

Traz bom humor e entusiasmo.

Fortalece a pessoa,  auxiliando-a a recobrar a energia e serenidade necessária para seu corpo, sua mente e sua alma.

Aguça os sentidos e a percepção. Amplia a intuição, a memória e a criatividade. 

Detecta doenças em níveis sutis e etéricos, antes mesmo dela se manifestar no corpo físico.

Expande a capacidade de amar incondicionalmente.

Alinha o indivíduo,  acessando o potencial divino criador que ele traz dentro de si.

Permite que as pessoas obtenham um novo enfoque sobre as circunstâncias do sofrimento em que se encontram, dando a elas a possibilidade de reverterem o processo,  com muito mais clareza, compreensão e tranquilidade.

Traz a luz as causas originais de problemas de relacionamento afetivo, profissional ou familiar.

Cria saúde,  no sentido em que resgata nossos talentos e virtudes.

Dissolve toxinas mentais, emocionais e espirituais que interferem negativamente em nosso crescimento e bem estar.

Equilibra as polaridades da alma e da personalidade, calibrando sentimentos e emoções que possam prejudicar a saúde ou gerar problemas.  

Mostra que o critério de cura não segue parâmetros convencionais que procuram eliminar os sintomas da doença. A terapia floral privilegia uma mudança de perspectiva do doente, trabalhando com ele a recuperação de seu equilíbrio interno. 

Provoca uma profunda modificação na maneira como a pessoa vê a si mesma e o mundo.

Convida o indivíduo a tomar a atitude saudável, ampliando sua vontade de avançar  em direção ao seu desenvolvimento. 

Revista Terapia Floral ano IV. 18 pág. 31

Consulte um terapeuta floral para receber sua fórmula e procura uma farmácia séria do ramo, me envie uma mensagem pelo whatsAp 12 98877 8323, que lhe ajudo com isso!

sábado, 9 de março de 2024


Nossa sociedade tem se tornado demasiadamente racional, com isso temos perdido vários sabores e saberes da vida.

 É um padrão de desequilíbrio, todo excesso deixa uma falta em algum lugar. 

A mente não dá conta de muita coisa, sobre o seu olhar apressado e limitado lhe escapas vários nuances de percepções das coisas e do dia a dia, muitas percepções se confundem para aquele que não souber observar e ponderar, mas é claro não devemos abandona-la, mas é o caso de voltar a equilibrar a balança, que tal?

Voltar a se conectar com inteligência do corpo, com a sabedoria da vida contemplativa por simples observação, da sabedoria da natureza, da inteligência do coração.

 Reconectar com a sabedoria daquilo que talvez seja inominável, ou inexpressível, daquilo que não podemos medir nem pegar, que não podemos ver, igual ao seu sinal de wifi, mas com esse sinal invisível chega várias mensagens até nós.

 Por aí já surgiram alguns nomes como subjetividade, inspiração, intuição, universo interior, alma, atma, consciência, essência divina, self, observador.

 Como quiser chamar, o importante é se permitir voltar a sentir e vivenciar.