A dicotomia do ser, divisão do todo em duas partes, corpo e a alma, emoção e razão, matéria e espirito, é causa de sofrimento e vazio existencial para o ser humano.
Yoga é unir, integrar, em primeiro lugar, o que está partido em nosso ser.
A melhor forma de integrar é a aceitação, lutar contra é pior, só vai trazer mais separação, nem sempre é fácil, diante de um mundo que se apresenta muitas vezes antinatural, cartesiano e quadrado.
Na aceitação ocorre o milagre, que descomplica, dissolve e harmoniza as questões. Shiva é assim, integra em seu ser uma amplitude e gama de perspectivas, muitas vezes opostas, em sua diversidade, desconstrói para reconstruir, transformar, transmutar, simplificar e harmonizar.
A brincadeira de Deus é que ele colocou a felicidade no lugar mais difícil de encontrar, dentro de cada ser. Preferimos fugir e projetar para fora e de tão perto que está, quase nunca encontramos.
Vale a pena nos perguntar do que estamos fugindo dentro de nós?
Nada no externo vai satisfazer nosso vazio além de nós mesmos, e o contato do ser consigo, com sua fonte interna que o preenche. A partir dessa conexão estamos em condições de relacionar com o externo e as outras pessoas, assim deixamos de ser um copo vazio e nos tornamos um copo cheio, para compartilhar, trocar e conviver. Sabendo que é preciso buscar sempre a conexão profunda consigo para preencher esse vazio e não colocar essa expectativa em qualquer lugar, condição, realização externa que não dará conta disso. Por melhor que seja a condição externa o vazio sempre reaparece, é o contato consigo que preenche, com aquilo que podemos chamar de força, energia, prana, paz, liberdade, Deus, Amor.
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