A cura pelo relaxamento
Desde a revolução industrial, o início da sociedade de
consumo, a humanidade entrou em um ritmo de aceleração e desenvolvimento muito
grande. As invenções e descobertas tecnológicas, a produção industrial, se
desenvolve em de uma maneira muito acelerada. Respeitando apenas o ritmo da
correria dos dias contados pelos ponteiros dos relógios, atingimos um nível de
desenvolvimento muito alto. Mas nos alienamos da condição de que não somos
máquinas, e deixamos de observar se nosso corpo, nossa mente, emoções,
espírito, acompanham o ritmo do desenvolvimento. Tentando acompanhar a produção
e o consumo da sociedade, deixamos de olhar para nós mesmos e aceleremos todo
nosso organismo, fisiológico, mental, emocional, energético, prejudicando toda
integridade do nosso ser. Esse processo de aceleração leva a uma
sobrecarga, prejudicando o indivíduo em
vários aspectos. O que causa e contribui para o surgimento e várias tipos de
desarmonias. Deixando de olhar para nós mesmos, desrespeitamos nosso ritmo e as
necessidades do nosso próprio ser, deixamos de recarregar nossas baterias,
nossos centros energéticos entram em desarmonia e começam a falhar, abaixando
nosso sistema imunológico, nossas defesas, e as doenças começam a aparecer. Um ponto importante nesse patamar é a
alienação em relação as nossas emoções, muitas vezes difíceis de lidar, muitas
vezes desagradáveis e que precisam ser trabalhadas, digeridas, desenvolvidas
diariamente. Como isso não acontece, seja por falta de tempo, conhecimento,
hábito, vontade, cresce o número de pessoas que escolhem viver de uma maneira
endurecida ou que adoecem devido a problemas psicossomáticos, que procuram
extravasar suas tensões de maneira nem sempre saudável, ou caem refém dos vícios para suportar a realidade. Alguns até vivem de uma maneira satisfatória, mas
permanecem imaturos emocionalmente, prejudicando suas relações com outros
seres, com o meio em que vive e diminuindo sua capacidade de ser feliz. Vivendo em desarmonia com sua natureza o ser
humano perde muito de seus potenciais e qualidades e principalmente a
capacidade de se auto regular e manter sua saúde. Somos bombardeados o tempo
todo por uma quantidade enorme de informações que não temos tempo de filtrar,
as exigências e as pressões atingem níveis muito alto que muitas vezes não
estão de acordo com nossos anseios verdadeiros. Temos que viver como se não
tivéssemos emoções, não podemos nos sentir cansados, porque não temos tempo a
perder nessa corrida maluca atrás de já nem se sabe o que, temos que aproveitar
tudo ao máximo. Mas será que isso está de acordo com a natureza humana? Não
somos máquinas, temos outras características que elas não possuem, como a
capacidade de sentir, de pensar, questionar, criar, amar. Capacidade de sorrir e
também de chorar, de ser espetacular, mas também ridículo, de ser forte mas
também muitas vezes é natural nos sentirmos fracos. Há muitos super-heróis
criados pelo cinema, muitas idealizações do homem bem sucedido e realizado para
sociedade, mas será que na realidade não estamos exigindo demais de nós mesmos.
E deixando de lado outros pontos do nosso ser que também precisa ser vivenciado
e acaba sendo sacrificado por conta das exigências do mundo material. A busca
do “ter” está alienada da primeira condição natural do ser o humano o
simplesmente “ser”. Da maneira autêntica que cada indivíduo é pela sua mais
verdadeira condição de existir. O crescimento do caos, da violência, da
destruição da natureza e do crescimento de vários tipos de doenças parece
mostrar que algo não está correto e precisa ser revisto.
Alienado
de sua condição de existência, voltado apenas para o externo, para o material,
qualquer processo de interiorização significa a salvação, a cura para vários
processos de desarmonias do homem moderno.
E isso a
pratica do Yoga oferece da melhor forma possível, trazendo para a sociedade da
pressa, a arte do relaxamento, um reencontro consigo mesmo. Relaxando o corpo,
a mente, acalmando as emoções, se abandonando por alguns instantes,
sintonizando com sua fonte de energia, com a fonte de energia do universo, o
ser entra num processo de auto cura, onde as desarmonias vão embora e tudo se
transforma, se auto regula, se regenera, se restabelece de modo natural pelo
próprio potencial de saúde existente em cada indivíduo.
Tiago Bindewald
Namastê _/\_
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