quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015



                                                        A cura pelo relaxamento    

        Desde a revolução industrial, o início da sociedade de consumo, a humanidade entrou em um ritmo de aceleração e desenvolvimento muito grande. As invenções e descobertas tecnológicas, a produção industrial, se desenvolve em de uma maneira muito acelerada. Respeitando apenas o ritmo da correria dos dias contados pelos ponteiros dos relógios, atingimos um nível de desenvolvimento muito alto. Mas nos alienamos da condição de que não somos máquinas, e deixamos de observar se nosso corpo, nossa mente, emoções, espírito, acompanham o ritmo do desenvolvimento. Tentando acompanhar a produção e o consumo da sociedade, deixamos de olhar para nós mesmos e aceleremos todo nosso organismo, fisiológico, mental, emocional, energético, prejudicando toda integridade do nosso ser. Esse processo de aceleração leva a uma sobrecarga,  prejudicando o indivíduo em vários aspectos. O que causa e contribui para o surgimento e várias tipos de desarmonias. Deixando de olhar para nós mesmos, desrespeitamos nosso ritmo e as necessidades do nosso próprio ser, deixamos de recarregar nossas baterias, nossos centros energéticos entram em desarmonia e começam a falhar, abaixando nosso sistema imunológico, nossas defesas, e as doenças começam a aparecer.  Um ponto importante nesse patamar é a alienação em relação as nossas emoções, muitas vezes difíceis de lidar, muitas vezes desagradáveis e que precisam ser trabalhadas, digeridas, desenvolvidas diariamente. Como isso não acontece, seja por falta de tempo, conhecimento, hábito, vontade, cresce o número de pessoas que escolhem viver de uma maneira endurecida ou que adoecem devido a problemas psicossomáticos, que procuram extravasar suas tensões de maneira nem sempre saudável, ou caem refém dos vícios para suportar a realidade. Alguns até vivem de uma maneira satisfatória, mas permanecem imaturos emocionalmente, prejudicando suas relações com outros seres, com o meio em que vive e diminuindo sua capacidade de ser feliz.  Vivendo em desarmonia com sua natureza o ser humano perde muito de seus potenciais e qualidades e principalmente a capacidade de se auto regular e manter sua saúde. Somos bombardeados o tempo todo por uma quantidade enorme de informações que não temos tempo de filtrar, as exigências e as pressões atingem níveis muito alto que muitas vezes não estão de acordo com nossos anseios verdadeiros. Temos que viver como se não tivéssemos emoções, não podemos nos sentir cansados, porque não temos tempo a perder nessa corrida maluca atrás de já nem se sabe o que, temos que aproveitar tudo ao máximo. Mas será que isso está de acordo com a natureza humana? Não somos máquinas, temos outras características que elas não possuem, como a capacidade de sentir, de pensar, questionar, criar, amar. Capacidade de sorrir e também de chorar, de ser espetacular, mas também ridículo, de ser forte mas também muitas vezes é natural nos sentirmos fracos. Há muitos super-heróis criados pelo cinema, muitas idealizações do homem bem sucedido e realizado para sociedade, mas será que na realidade não estamos exigindo demais de nós mesmos. E deixando de lado outros pontos do nosso ser que também precisa ser vivenciado e acaba sendo sacrificado por conta das exigências do mundo material. A busca do “ter” está alienada da primeira condição natural do ser o humano o simplesmente “ser”. Da maneira autêntica que cada indivíduo é pela sua mais verdadeira condição de existir. O crescimento do caos, da violência, da destruição da natureza e do crescimento de vários tipos de doenças parece mostrar que algo não está correto e precisa ser revisto.
            Alienado de sua condição de existência, voltado apenas para o externo, para o material, qualquer processo de interiorização significa a salvação, a cura para vários processos de desarmonias do homem moderno.

            E isso a pratica do Yoga oferece da melhor forma possível, trazendo para a sociedade da pressa, a arte do relaxamento, um reencontro consigo mesmo. Relaxando o corpo, a mente, acalmando as emoções, se abandonando por alguns instantes, sintonizando com sua fonte de energia, com a fonte de energia do universo, o ser entra num processo de auto cura, onde as desarmonias vão embora e tudo se transforma, se auto regula, se regenera, se restabelece de modo natural pelo próprio potencial de saúde existente em cada indivíduo.

Tiago Bindewald

Namastê _/\_

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