O yoga nos traz uma prática, uma vivência dinâmica e
genuína, que pode mudar a cada dia e a cada momento. A capacidade de vivenciar,
no digerir, no absorver, no se permitir, além da simples “decoreba” , repetição
e racionalização da mente. Se permitir
sempre um pouco ir além das autodefesas, poder se aceitar e ver além das aparências,
conseguir se ver além dos papéis e das “instituições sociais” que necessitamos
para viver em comunidade, mas que muitas são nossas maiores prisões. Essa
capacidade existe dentro de cada ser, é algo universal, para todo ser humano.
Nossa sociedade a cada tempo apresenta novas necessidades,
como os seres que vivem atualmente já não são os mesmos de algum tempo atrás. E
as influências, costumes, conhecimentos, modo de ver as coisas, já são outros
também.
Vejo a prática do yoga como algo tão dinâmico que pode se
atualizar as necessidades de cada tempo, de cada comunidade. Sem perder sua
essência que está em algo subjetivo, talvez inexpressivo, mesmo em tantas
tentativas que ousamos fazer, algumas coisas as palavras não dão conta de
expressar. Há como medir o que é mais ou
menos yoga? Quem conseguiu uma integração corpo, mente, espírito maior? Quem
conseguiu se sentir mais livre das identificações com o sofrimento? Quem se dissolveu mais no objeto de meditação ou
na alma universal?...
Mas colocando o pé no chão, cada passo que se dá nesse
caminho, é uma verdadeira libertação, só quem deixa de sentir uma dor com a
prática, física ou emocional, sabe que ali se realizou um tremendo aprendizado,
uma pequena iluminação.
Uma das melhores possibilidades que a prática nos traz é poder
se questionar, refletir...
Quero isso, quero aquilo! Mas o que a vida quer de mim? O
que ela está querendo me dizer? Até mesmo ou principalmente naquilo que deu
errado, o que isto está querendo me mostrar? Qual o aprendizado? Há um caminho,
uma trilha ali me mostrando algo além do que minha capacidade de enxergar
anteriormente podia me mostrar? Que pode me ajudar a
desenvolver, acessar melhores perspectivas, possibilidades e potenciais.
Tiago Bindewald