terça-feira, 22 de setembro de 2020

 


Você já observou que quando estamos nervosos, ansiosos, com a mente agitada, se aproveita muito pouco do que pensamos, sentimos e agimos? 

Que é nesse momento que fazemos besteira, que surge os problemas e discussões? 

 Você observa como a falta de equilíbrio interno se projeta em desequilíbrio no externo nas relações com as outras pessoas que convivemos?

Já pensou que se você buscar seu equilíbrio interno através da prática do yoga, pode muitas vezes melhorar sua relação com as outras pessoas?

Já pensou em o quanto a pressão e o estresse do dia a dia prejudica sua relação conjugal, com seus filhos, amigos, colegas de trabalho, ou até mesmo o garçom ou a pessoa ao seu lado na fila do mercado?

Consegue se lembrar de momentos mais tranqüilos, com mais espaço e liberdade ao qual proporcionou um ambiente mais fértil, mais favorável para uma boa relação com as outras pessoas?

 Sem precisar se desgastar tanto, aparar arestas... 

Sem sentir aquela mente pesada que  rouba a energia e a criatividade.

Que tal trabalhar e melhorar seu ambiente interno e relação consigo mesmo para projetar um ambiente externo e  uma relação melhorar com os outros?

A prática do yoga exercita apartir do corpo físico, nosso corpo mental e emocional, que pode lhe ajudar a desenvolver o equilíbrio que vai refletir em todas as sua relações, principalmente naquelas pessoas ao qual você convive mais intimamente e que você mais ama!!! 

 .

Namastê 

Tiago Bindewald 

terça-feira, 18 de agosto de 2020


Para quem sente uma dor de cabeça insuportável, qualquer alívio na dor é uma libertação, como um samadhi, uma iluminação, um estado de moksha, liberdade em relação ao sofrimento, como é chamado no yoga.
     Para quem sente dores de coluna insuportáveis, qualquer alívio na dor é  uma libertação, como um samadhi, uma iluminação, um estado de moksha, liberdade em relação ao sofrimento, como é chamado no yoga.
     Para quem tem um nível de sofrimento emocional interno muito grande, vê os seus problemas maiores do que sua própria vida, qualquer alívio na sua dor e vazio existencial, é  uma libertação, como um samadhi, uma iluminação, um estado de moksha, liberdade em relação ao sofrimento, como é chamado no yoga.
     Para quem tem uma depressão tão forte que não consegue nem mais trabalhar, e ainda vê seu dinheiro acabando, ficando sem sustento para comida e remédios, qualquer alento de força, de paz, de esperança é  uma libertação, como um samadhi, uma iluminação, um estado de moksha, liberdade em relação ao sofrimento, como é chamado no yoga.
     Para quem passa seus dias sem tempo para nada, só correndo de um lado para o outro para sobreviver, no transporte, no trabalho, nos afazeres e obrigações, qualquer tempinho para si mesmo, para respirar, se sentir vivo, se reconhecer como ser, é  uma libertação, como um samadhi, uma iluminação, um estado de moksha, liberdade em relação ao sofrimento, como é chamado no yoga.
       Apenas alguns exemplos observados dentro do trabalho terapêutico, que nos leva sempre a perspectiva minimalista sobre as coisas, de questões que o ser humano enfrenta nessa era, e que a prática do yoga pode ajudar a lidar com essas dificuldades.

Namastê

Tiago Bindewald
 

sexta-feira, 24 de julho de 2020


Um dia, um rei teve um sonho: sentado em seu trono, no salão central do palácio, ao olhar à sua volta, viu que várias raposas entravam e saíam pelas janelas do salão, correndo de um lado para o outro, à sua volta. Assustado, chamou seus áugures e conselheiros e lhes pediu que decifrassem o sonho, mas nenhum deles deu uma resposta que lhe satisfizesse. Mandou, então, que se espalhassem proclamas por todo o reino descrevendo seu sonho e prometendo a recompensa de um saco de moedas de ouro para quem o decifrasse satisfatoriamente.
No meio da floresta, um lenhador muito pobre, de nome Ravi, leu o proclama e pensava, sentado em um tronco de árvore, sobre como seria bom se ele soubesse o significado daquele sonho, pois um saco de moedas de ouro o redimiria de sua miséria. Quando assim pensava, pousou um belo e pequeno pássaro colorido próximo dele, no tronco, e lhe falou:
“- O que o entristece, Ravi? Gostaria de saber o significado deste sonho do rei?”
Ravi se assustou:
“- O quê? Um pássaro que fala!”
“- Não só falo, como também sei o significado deste sonho, e posso te contar, com a condição de que você volte aqui e divida este saco de ouro comigo. Combinado?”
Bem, pensou Ravi, meio saco de moedas de ouro é sempre melhor do que nenhum saco de moedas de ouro; assim, ele concordou com a condição do pássaro, e este prosseguiu:
“- O sonho do rei significa que o ar do reino está impregnado de traição; que ele se acautele para que não seja traído!”
Assim, Ravi foi e se apresentou ao rei, que, muito grato pela explicação, que coincidia exatamente com o que ele já intuía estar acontecendo, deu-lhe de imediato o saco de moedas de ouro. Porém, no caminho de casa, Ravi começou a pensar:
“-Minha miséria é tamanha que necessitava de todo este saco de ouro para me redimir dela, e não apenas metade. Também, para que um passarinho necessita de moedas de ouro, cada uma delas quase do seu tamanho? Que miserável explorador! O que vai fazer com isso? “
Assim pensando, resolve tomar outro caminho para casa, evitando o ponto de encontro com o pássaro e guardando todo o ouro para si. Com as moedas, pôde construir uma casa bem melhor e mais confortável do que sua choupana, e ali viver com relativo conforto.
Um dia, porém, passado algum tempo, o rei tem outro sonho: sentado em seu trono, ao olhar para cima, viu que havia um punhal pendente do teto, prestes a cair sobre sua cabeça. Assustado, acorda e chama seus guardas:
“- Não chamem ninguém; vão diretamente à casa daquele lenhador, Ravi, e o tragam aqui. Só ele entende de sonhos, neste reino. Diga-lhe que lhe darei dois sacos de moedas de ouro como recompensa.
Qual não foi a surpresa de Ravi ao ver a guarda real em sua porta; tentou se esquivar do convite, mas foi informado pela mesma que a recusa a um convite do rei era punida com a morte. Assim, pediu que lhe contassem o sonho e lhe dessem um dia para pensar; no dia seguinte, estaria com o rei. Quando os guardas se retiraram, porém, entrou em desespero: como faria para salvar a sua vida?
Sua única saída foi voltar à floresta e sentar-se naquele tronco, pondo-se a lamentar. Em breve, o pássaro veio:
“- O que houve, Ravi? O rei teve um novo sonho?
“- Sim… Se puder me ajudar, comprometo-me a, seja lá o que for que eu receba, dividir contigo, com certeza!”
– Então, o pássaro, aceitando a proposta, falou:
“- O sonho do rei indica que o ar do reino está impregnado de violência; vai e diz a ele para que se acautele para não ser vítima de nenhum ato violento!”
Ao falar do significado do sonho ao rei, este, mais radiante que nunca, entregou a Ravi, os dois sacos de ouro. No caminho de volta para casa, porém, Ravi pôs-se a pensar:
“- Como esse passarinho é desleal e aproveitador! Usa minha dor e aflição para enriquecer às minhas custas! É um vil e ordinário! Já terá sua recompensa em uma bela pedrada!”
Com este pensamento em mente, Ravi se dirige ao local do encontro; pega uma pedra na mão e a esconde às costas. Quando o pássaro se aproxima, ela a lança com força, mas o pássaro, espertamente, levanta voo a tempo, e a pedra apenas passa de raspão. Assim, Ravi volta para casa e passa a viver com ainda maior comodidade e luxo.
Porém, o tempo gira, e, um dia, o rei tem um novo sonho. Agora, sentado em eu trono, vê ovelhas muito brancas entrando e saindo pelas janelas, e correndo à sua volta. Sem hesitações, chama sua guarda e manda que tragam Ravi à sua presença, com a promessa da recompensa de três sacos de ouro.
Perplexo ante a guarda á sua porta, Ravi usa a mesma estratégia de ouvir o sonho e pedir um dia para pensar. Porém, agora, seu desespero é total e sem perspectivas: se é que o pássaro sobreviveu, como haveria de confiar nele novamente, após quase morrer através de suas mãos? Como havia sido estúpido, ingrato e brutal! Reconhecendo seu erro passado, chorou amargamente.
Sem ter mais o que fazer, Ravi arrastou-se até a floresta e sentou-se no antigo tronco. Para sua surpresa, o pássaro, em breve, aproximou-se e pousou ao seu lado:
“-Novo sonho do rei, Ravi?”
Sem caber em si de alegria, Ravi pôs-se de joelhos ante o pássaro, pedindo-lhe mil perdões por sua conduta passada. O pássaro, sem dar muita atenção a estas demonstrações de arrependimento, concordou em dizer o significado do sonho, com a mesma condição de sempre: metade da recompensa.
“- Diga ao rei que as ovelhas representam pureza; agora, há pureza e honestidade impregnando o ar do reino. Que ele desfrute e fique em paz.”
Correndo na direção do rei e relatando o sonho, Ravi recebeu abraços e condecorações de um soberano ainda mais feliz, pois, afinal, agora a notícia era boa. Ao receber seus três sacos de moedas de ouro, Ravi, desta vez, finalmente, mostrou-se sinceramente determinado a corrigir seus erros passados, e foi ao ponto de encontro:
“- Aqui está, belo pássaro colorido: o meio saco de ouro que te devia da primeira vez, um saco de ouro que te devia da segunda vez e um saco e meio que te devo por este terceiro sonho. Ao todo, três sacos de ouro, tudo o que acabo de receber, além de meu pedido de perdão.”
Para sua surpresa, porém, o pássaro lhe disse:
“- Não necessito de moedas de ouro, Ravi; tudo o que preciso são sementes para me alimentar, um galho para pousar, asas para voar e meu canto, para embelezar meus dias. Tenho tudo isso sem necessitar de ouro. Também não necessito de seu pedido de perdão, pois nunca esperei que você agisse de maneira diferente. No primeiro momento o ar do reino estava impregnado de traição, e você me traiu; no segundo momento, o ar do reino estava impregnado de violência, e você foi violento comigo. Agora, o ar do reino está impregnado de pureza e honestidade, e você está sendo puro e honesto comigo. Poucos homens são capazes de serem fieis a si mesmos, sem se deixarem contaminar pelo ar à sua volta, e nunca esperei que você fosse um deles. Leve seu ouro e seja feliz se puder, apesar da miséria continuar vivendo dentro de ti.

Conto Indiano, autor desconhecido.

terça-feira, 31 de março de 2020




     No Bhagava Gita, um dos principais livros da filosofia do yoga, nos traz o guerreiro Arjuna, recebendo os ensinamentos de Krishna, sobre os valores da espiritualidade, em meio a uma guerra entre famílias acontecendo na índia. Que cenário melhor do que esse pode se apresentar para trazer ensinamentos de como lidar com as dificuldades que a existência nos apresenta?

     Da mesma forma são muitos os conflitos e situações de dificuldades que se apresentam no nosso dia a dia. E nossa missão é aprender em como lidar melhor com elas, de modo que nos traga mais evolução, felicidade e menos sofrimento. Em qualquer momento que você estiver vivendo uma situação difícil, de recolhimento, conflito, medos e inseguranças, a prática nos ajuda recobrar nossas forças, restaurar nosso corpo físico, mental e emocional.

     Um exemplo fácil de entender como isso acontece através da prática, é observar como alguns ásanas ( postura do Yoga), nos tiram da na zona de conforto, nos desafiam, nos trazem dificuldades de realizá-los. E nossa missão enquanto fazemos é buscar um ponto de equilíbrio, de estabilidade e conforto, mesmo numa postura difícil e desconfortável. E esse aprendizado levamos para a vida, algumas situações que antes poderiam parecer muito difíceis, a prática nos traz mais força, equilíbrio, serenidade, equanimidade ( estar bem independente da situação externa), para estar bem e lidar melhor com elas.

     Outro modo de observar como a prática do yoga nos ajuda a lidar com as dificuldades que se apresentam pela vida, é observar que muitas vezes em situações difíceis, você pode se sentir fraco ou vazio, como se os problemas estivem tão pesados, que ficam muito maior do que você e a sua vida. Já se sentiu assim alguma vez? Imagino que muitas vezes não é... Gosto de expressar que a prática do yoga nos leva a conexão com nossa fonte interna de energia, que é a fonte de energia do universo. Uma forma simples de entender o que se passa dentro do indivíduo enquanto pratica. Como se todo aquele peso que estava por cima do corpo e da cabeça, lhe roubando suas forças, deixando fraco e vazio, sem conseguir enxergar nada melhor a sua frente, começasse a ceder, a dissolver-se, a aliviar. A situação continua existindo mas o peso não, abrindo e criando espaço para sua força e vitalidade interna voltar a circular, clareando a mente, renovando os tônus psíquico, refazendo sua emoções e sentimentos, redimindo e restaurando seu espírito.


Namastê!

Tiago Bindewald

terça-feira, 14 de janeiro de 2020


     O yoga nos traz uma prática, uma vivência dinâmica e genuína, que pode mudar a cada dia e a cada momento. A capacidade de vivenciar, no digerir, no absorver, no se permitir, além da simples “decoreba” , repetição e racionalização da mente.  Se permitir sempre um pouco ir além das autodefesas, poder  se aceitar e ver além das aparências, conseguir se ver além dos papéis e das “instituições sociais” que necessitamos para viver em comunidade, mas que muitas são nossas maiores prisões. Essa capacidade existe dentro de cada ser, é algo universal, para todo ser humano.
     Nossa sociedade a cada tempo apresenta novas necessidades, como os seres que vivem atualmente já não são os mesmos de algum tempo atrás. E as influências, costumes, conhecimentos, modo de ver as coisas, já são outros também.
     Vejo a prática do yoga como algo tão dinâmico que pode se atualizar as necessidades de cada tempo, de cada comunidade. Sem perder sua essência que está em algo subjetivo, talvez inexpressivo, mesmo em tantas tentativas que ousamos fazer, algumas coisas as palavras não dão conta de expressar.  Há como medir o que é mais ou menos yoga? Quem conseguiu uma integração corpo, mente, espírito maior? Quem conseguiu se sentir mais livre das identificações com o sofrimento? Quem  se dissolveu mais no objeto de meditação ou na alma universal?... 
      Mas colocando o pé no chão, cada passo que se dá nesse caminho, é uma verdadeira libertação, só quem deixa de sentir uma dor com a prática, física ou emocional, sabe que ali se realizou um tremendo aprendizado, uma pequena iluminação.
      Uma das melhores possibilidades que a prática nos traz é poder se questionar, refletir... 
Quero isso, quero aquilo! Mas o que a vida quer de mim? O que ela está querendo me dizer? Até mesmo ou principalmente naquilo que deu errado, o que isto está querendo me mostrar? Qual o aprendizado? Há um caminho, uma trilha ali me mostrando algo além do que minha capacidade de enxergar anteriormente podia me mostrar? Que pode  me ajudar a desenvolver, acessar melhores perspectivas, possibilidades e potenciais. 


Tiago Bindewald

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Dores emocionais e a coluna

Você sente alguma dor, tensão ou desconforto nas costas e na coluna que há muito tempo nem respirando fundo você consegue mais relaxar, soltar e se livrar dela?

As marcas, impressões do que vivemos ficam no nosso corpo, e cada pessoa retem e acumula em um ponto diferente. O estudo da linguagem corporal nos mostra que cada ponto da coluna tem correlação com determinado tipos de questões de vida, mentais e emocionais, que diz muito a nosso respeito e questões que necessitamos trabalhar para promover uma mudança! O nosso corpo precisa da nossa atenção, se isso não acontece como último recurso para chamar a atenção ele nos traz a dor! Não tem nada de errado nisso, é apenas a natureza usando seus recursos para nos ajudar.

O segredo é não deixar acumular, reter, segurar as coisas em nenhuma parte do corpo. Mas como fazer isso de forma natural em um mundo tão corrido, cheio de pressões e ansiedades? Aí que entra a ajuda das práticas integrativas! Para manter o bem estar, a saúde, a autorregulação do organismo é necessária ter na sua rotina, hábitos de vida, práticas que promovam a restauração do corpo físico, mental e emocional!

Tiago Bindewald
Professor de Yoga e Bioterapeuta